A Culpa

Acho que esse vai ser o primeiro e último texto sobre ele. Talvez isso seja porque dói demais pensar em tudo que aconteceu. Essa história foi uma coisa muito louca; até mesmo um pouco demais para colocar em palavras, mas eu vou tentar. Eu não sei como eu me coloquei nesse furacão de paixão, confusão e angústia mas quando eu vi, já não tinha mais saída. Ele era uma mistura de conversa com carinho que me pegou desprevenida e não largou mais. Depois eu percebi que esse comportamento era característico dele, mas naquele momento eu nem pensei, só pulei. Ele era e ainda é o clássico cara que te faz esquecer o que é viver uma vida morna, sem emoção. O problema é que as emoções tem seu lado bom e ruim, mas depois voltamos a esse assunto. Em um momento eu estava me perguntando onde tinha ficado uma parte do meu coração e no outro eu encontrava cada pedacinho em uma viagem, uma risada, um pôr do sol. Eu fui me encontrando aos poucos, a cada toque, a cada cheiro e a cada olhar. Foi uma experiência que eu nunca tinha tido, essa de se ver completamente obcecada por uma pessoa sem saber nem como isso tinha começado. E parece que a gente se complementava, misturava e mesclava até um pouco demais, até de um jeito que ninguém esperava ou imaginava. A gente era bem diferente, sabe? Mas aquele diferente que dá certo e que quando você vê, não se pensa mais como um inteiro e sim como uma metade de algo muito maior. É muito louco pensar que uma coisa dessas pode se romper tão fácil, se bem que fácil é uma palavra no mínimo superficial para descrever o que aconteceu. As coisas nem sempre acontecem do jeito que esperamos. E nem eu e ele. Não era de se esperar que uma coisa tão feita para acontecer virasse uma angústia sem fim. Era uma tristeza de machucar todos os nervos, aquela de doer a boca do estômago igual a um soco. Era uma mistura de amar com sofrer. Sofrer por estar perto e por não estar ao mesmo tempo. Era ter saudade e querer distância, se aproximar e querer fugir. A mistura perfeita se tornou duas pessoas que não conseguem encontrar o caminho de volta. E dessa história linda só resta a culpa.

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